Um estudante do curso de ciências da computação da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, surpreendeu milhares de leitores com um experimento intrigante: ele criou um blog fictício que apresentava artigos gerados por um algoritmo de inteligência artificial. Usando uma das mais avançadas ferramentas de modelos de linguagem, Liam Porr produziu 15 textos sobre foco e produtividade, despertando a atenção de todos.
Embora sua iniciativa não tenha tido qualquer intenção maliciosa, o episódio destaca o poder e o impacto que os sistemas de inteligência artificial têm sobre a produção de conteúdo. O primeiro artigo do blog, intitulado "Sentindo-se Improdutivo? Talvez seja melhor parar de pensar demais", conquistou o topo da audiência do Hacker News, um site renomado de notícias voltado para ciência e empreendedorismo, sem que muitos suspeitassem que o conteúdo era obra de um programa.
A Ferramenta A ferramenta empregada por Porr, conhecida como GPT-3, é desenvolvida pela Open AI, uma organização sem fins lucrativos. Segundo a MIT Technology Review, a organização disponibiliza o algoritmo para pesquisadores por meio de um formulário que exige a explicação das intenções do uso da tecnologia. A ideia é coletar feedbacks para lançar o recurso ainda este ano.
Porr submeteu seu pedido, mas encontrou um estudante de PhD que já possuía a inteligência artificial. O aluno da Universidade da Califórnia programou o GPT-3 com títulos e introduções de blogs, permitindo que a máquina gerasse diferentes versões completas de artigos a partir do material.
O Potencial e os Limites Em entrevista à MIT Technology Review, Porr revelou que levou apenas algumas horas desde que obteve acesso ao GPT-3 até a publicação do primeiro artigo no blog fictício. Ele reconhece que o sistema é habilidoso na criação de textos, embora ainda tenha desafios em elaborar conteúdos mais lógicos e coesos.
O Uso Responsável No blog pessoal de Porr, ele compartilhou que sua intenção com o experimento era comprovar que o GPT-3 pode se passar por um texto escrito por um autor humano. Apesar do sistema ainda apresentar um padrão de escrita um tanto peculiar e cometer alguns erros gramaticais, apenas poucos leitores suspeitaram que o texto fosse obra de um algoritmo.
Este episódio levanta questões importantes sobre o potencial dessa tecnologia e a responsabilidade de seu uso. A fronteira entre a inteligência artificial e a criatividade humana está ficando cada vez mais tênue, o que nos leva a refletir sobre o que é autêntico e genuíno em um mundo onde as máquinas também podem criar.